Porquê Portugal e o Comércio Internacional??
O comércio internacional tem sofrido importantes transformações nas últimas décadas e é omnipresente no mundo actual, afectando de forma directa e indirecta os países e os indivíduos, quer enquanto consumidores, quer enquanto trabalhadores. Portugal tem testemunhado estas transformações e o bom desempenho das suas exportações é hoje essencial para um crescimento económico equilibrado. Neste contexto, é importante promover a compreensão dos fundamentos, vantagens e desafios do comércio internacional. Esse é o propósito deste livro.
De que trata o livro?
O livro começa por ilustrar alguns dos resultados primordiais da teoria do comércio internacional, designadamente a existência de ganhos para os diferentes países participantes. Seguidamente, percorre as recentes transformações do comércio internacional, sublinhando o papel da fragmentação internacional da cadeia produtiva e o crescimento do comércio de serviços. Outra parte importante do livro consiste na análise das críticas normalmente apontadas ao comércio e a descrição do papel destes fluxos na análise macroeconómica. Os últimos capítulos revisitam experiência portuguesa no comércio internacional nas últimas seis décadas e discutem os desafios a ultrapassar no actual mundo globalizado.
O que são as cadeias de valor globais?
As cadeias de valor globais tornaram-se o paradigma para a produção da maior parte dos bens e serviços no mundo. Presentemente, a produção é fragmentada entre diferentes países, ou seja, as partes e componentes são produzidas em locais distintos, sendo montadas sequencialmente ao longo da cadeia de produção ou numa localização final. A fragmentação internacional da produção sempre existiu, mas a redução dos custos de transporte e comunicação, a aceleração do progresso tecnológico e a eliminação de barreiras políticas e económicas ao comércio exponenciaram as oportunidades para o seu aproveitamento. O crescimento das cadeias de valor globais nas últimas décadas relaciona-se com a forte expansão do comércio internacional e dos fluxos de investimento directo estrangeiro, bem como com a crescente importância das empresas multinacionais.
“As barreiras ao comércio, como por exemplo os impostos à importação (tarifas), tendem a originar um aumento da produção nacional e a uma redução das importações. Porém, os ganhos dos produtores nacionais e a receita obtida pelo Estado não compensam a perda dos consumidores que pagam preços mais alto“
João Amador
Sabia por que motivo o proteccionismo parece apelativo mas na verdade é prejudicial?
As barreiras ao comércio, como por exemplo os impostos à importação (tarifas), tendem a originar um aumento da produção nacional e a uma redução das importações. Porém, os ganhos dos produtores nacionais e a receita obtida pelo Estado não compensam a perda dos consumidores que pagam preços mais altos e adquirem menores quantidades. Consequentemente existem perdas líquidas de bem-estar para a sociedade.
Sabia que Portugal participou nos movimentos de integração comercial e económica desde o final dos anos quarenta?
Portugal integrou a OECE (Organização Europeia de Cooperação Económica) em 1948 e a EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre) em 1960. A adesão à CEE (Comunidade Económica Europeia) só ocorreu em 1986, mas os passos anteriores foram muito importantes para o desenvolvimento do comércio externo português.
Sabia que um reduzido número de empresas concentra uma elevada parcela das exportações?
Perto de metade do valor total das exportações de bens da economia portuguesa é realizado por um conjunto de 100 empresas. No entanto, estas empresas adquirem bens e serviços para incorporar na produção, ou seja, uma parte muito importante do valor exportado foi efectivamente gerado no exterior (importado) e em outras empresas nacionais.
Link de Referência: https://www.ffms.pt/blog/artigo/89/de-que-fala-o-livro-portugal-e-o-comercio-internacional